INTERLOCUTORES
Quem me despertou a atenção para a obra de Ribeiro Couto foi um colega de trabalho, profundo admirador do escritor santista, que o incluía no seleto grupo de suas referências literárias, e do qual me lembro constava Humberto de Campos. Seu nome era Rui Ribeiro, o mesmo prenome de Ribeiro Couto. Isso o tornava meio-homônimo do escritor, se é que se pode extrapolar o conceito genealógico de meio-irmão para o campo da onomástica. Divergências estéticas cruzavam constantemente nossa conversa, mas não chegavam a causar dissidência pessoal. O respeito prevalecia. Não a ponto de inibir trocadilhos do tipo "você não é do Couto como o seu xará, mas devo reconhecer que o amigo também é foda".
Curioso com o entusiasmo de Rui por Ribeiro, comecei a procurar obras do meu conterrâneo. Encontrei num sebo uma antiga edição do livro O Jardim das Confidências. Pesquisei outras fontes, assisti a transposição de Cabocla para novela de televisão. Cheguei a incluir trechos de um poema dele num documentário, Igrejas de Santos ("Nossa Senhora do Monte Serrat...").
Apesar de apreciar sua criação poética, me dei conta, depois de muito tempo, que não conseguia encontrar um único poema dele que me agradasse do começo ao fim. Às vezes, gostava do início, às vezes do final, ou ainda apenas um ou dois versos perdidos no meio da poesia. Um dia, resolvi aceitar essa relação como um modo especial de me relacionar com a obra de Ribeiro Couto. Foi então que decidi escrever a canção O Jardim das Confidências, reunindo trechos de três poemas desse livro.
Essa atitude para mim está impregnada do mesmo tipo de respeito que circundava minhas conversas com Rui Ribeiro, o que inclui evidentemente a presença de algum sentido não ofensivo de humor. Do mesmo tipo de humor que pode levar um leitor a gostar mais do começo do que do fim destas mal traçadas linhas.
Apesar de apreciar sua criação poética, me dei conta, depois de muito tempo, que não conseguia encontrar um único poema dele que me agradasse do começo ao fim. Às vezes, gostava do início, às vezes do final, ou ainda apenas um ou dois versos perdidos no meio da poesia. Um dia, resolvi aceitar essa relação como um modo especial de me relacionar com a obra de Ribeiro Couto. Foi então que decidi escrever a canção O Jardim das Confidências, reunindo trechos de três poemas desse livro.
Essa atitude para mim está impregnada do mesmo tipo de respeito que circundava minhas conversas com Rui Ribeiro, o que inclui evidentemente a presença de algum sentido não ofensivo de humor. Do mesmo tipo de humor que pode levar um leitor a gostar mais do começo do que do fim destas mal traçadas linhas.
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